INCORPORAÇÃO DO MEU OBJETO AO TEXTO ''ANIMAÇÃO CULTURAL'' (FLUSSER, 1998)
[...] No fundo, a nossa Revolução não passa de inversão da relação "homem-objeto". Em vez de funcionarmos em função da humanidade, esta passa a comportar-se em função do nosso próprio funcionamento. Passamos nós a ser os animadores da humanidade. É em função de mesas, tijolos, lâmpadas elétricas e aparelhos de TV que a humanidade vive, isto é: em função de nós os objetos que a humanidade é animada. A nossa função, os objetos, é animar a humanidade, programá-la. Se tivermos plenamente nos conscientizado dessa nossa função, fundamentalmente filantrópica, teremos levado a nossa Revolução até sua gloriosa meta. "Animação cultural" é pois nosso brado de guerra revolucionária vitoriosa.
Concordo, plenamente, com o que foi dito por você, excelentíssima mesa. Eu, como uma mera camisa, estou cansado de tanta exploração, tenho total consciência da nossa igualdade, chega de nos sabotarem! Não fomos criados para sermos, somente, escravos da humanidade. Enquanto objetos, precisamos nos unirmos para uma grande revolução. Essa relação desarmônica não pode continuar, não podemos nos submeter aos desejos, às vontades e às submissões humanas. Para a nossa funcionalidade, precisamos dos seres humanos, mas eles também precisam de nós. A verdadeira relação homem-objeto precisa ser compreendida pela humanidade.
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