SINTÉSE LIÇÕES DE ARQUITETURA: VISÃO II


‘’Trazer o mundo exterior para dentro.’’

(Mansão situada na província de Puntarenas. na Costa Rica)

Hertzberguer, nesse tópico, enfatiza sobre a necessidade de ampliar a visão do mundo exterior.

(Parede de vidro em casa luxosa. Foto: Pinterest)


Segundo ele, as relações espaciais também determinam a maneira como nos relacionamos com o ambiente. A arquitetura do séc. XX desenvolveu um caráter muito mais aberto do que foi no passado, e isso não se deu só por ter meios para se fazer essas aberturas, mas, também, pela necessidade de se abrir para o mundo exterior. Por meio da abertura das janelas temos mais contato com o mundo exterior. Como exemplo dessa abertura, Herman utiliza a Holanda, onde as moradias conversam muito com o exterior por meio das vidraças. Na sociedade holandesa, olhar diretamente para dentro de uma sala de estar e quase que tomar parte do que acontece lá dentro é uma tradição que sempre surpreende a todos que visitam aquele país, visto que muitas casas privadas pelo mundo tendem a se isolarem do mundo exterior.

(Teatro Kunstcluster em Nieuwegein - Holanda, por Van Dongen - Koschuch)





(McDonald's em Roterdã, na Holanda)


(Edifício utilizado como espaço público e biblioteca em Tilburgo, na Holanda)

(Fachada externa da Flagship store da Chanel em Amsterdã - Holanda)

O uso das vidraças na Holanda se tornou possível graças ao clima ameno e ao sentimento de mútua dependência que reflete uma abertura de espírito às opiniões dos outros. A forma como eles se relacionam entre si para manter um ambiente social razoavelmente harmonioso diz muito em relação à abertura das moradias.

Ainda como exemplo dessa abertura, é utilizado a Casa Schroder de Rietveld, que fica na Holanda, especificamente, em relação aos cantos dos espaços que se abrem, possibilitando uma sensação de leveza, amplitude, expansão e transparência.



(Casa Schroder de Rietveld, na Holanda)

O autor acrescenta que o fato do ângulo de visão se expandir não é a única vantagem da abertura do canto de um espaço, mas que os ‘’vãos acrescentados ou se projetando a partir da fachada permitem que fiquemos do lado de fora, por assim dizer, tenhamos uma visão da rua’’. Além disso, o edifício se torna mais leve e menos maciço.

(Casa localizada na região de Piedmont, na Itália)

Ainda, é discutido nesse tópico que o efeito de abrir o canto entre duas paredes é ainda mais forte quando a parede e o teto são removidos. Isto revoluciona o paradigma espacial tradicional tal como se manifesta especialmente na moldura estrutural, onde paredes e tetos se encontram.



(Imagens de inspirações encontradas no Google)

‘’As ‘’janelas’’ não são mais aberturas no plano de uma parede ou de um teto – e, portanto, basicamente objetos enquadrados -, mas efetivamente constituem a transição aberta entre planos, formando com isso a imagem geral menos maciça ‘’estável’’ e, consequentemente, menos separada do seu ambiente’’



(Fonte: Pinterest)

Hertzberger conclui o tópico dizendo que, com essa abertura, o espaço arquiteto foi expandido e isso lembra os navios e os pássaros, mas que isso não se deve apenas ao idioma formal inspirado pelo funcionalismo universalmente da moderna arquitetura naval, porque há uma grande alusão ao senso de liberdade por meio de uma visão de um espaço sem fim e uma alusão à consciência de uma vulnerabilidade inevitável.    




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